terça-feira, 24 de agosto de 2010

Esboços - Salão de Chá da Boa Nova - 2008




Esboços realizados por mim em grafite e marcador no decorrer do ano de 2008.
autor: Rogério Soares

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Esboços - 2009

Edificio Reitoria UFP - Caneta Bic Fina
Habitação Arca d' Água - Caneta Bic Fina
Abrigo Estudo Formal - Caneta Bic Fina
Exercicio - Grafite
Edificio Porto - Caneta Bic Fina
Edificio Gondomar - Grafite

Alguns dos muitos mas sempre poucos esboços realizados por mim no decorrer do ano de 2009.
autor: Rogério Soares

sábado, 14 de agosto de 2010

Igreja do Mosteiro do Salvador de Paço de Sousa


Este monumento designado pelo nome de Igreja do Mosteiro do Salvador de Paço de Sousa, está localizado na freguesia de Paço de Sousa, concelho de Penafiel, distrito do Porto.
A construção do Mosteiro de Paço de Sousa, teve início, de acordo com os registos da época citados do Boletim nº 17 da Direcção Geral dos Monumentos Nacionais de Setembro de 1939, no ano 998, e foi utilizado pela ordem dos Beneditinos. Da construção original não há qualquer registo e em 1088 a igreja foi substituída por um templo maior, consagrado em 29 de Setembro pelo arcebispo de Braga D. Pedro. Apresentando o túmulo de Egas Moniz, pensa-se que este terá residido (ou nascido) no mosteiro onde foi sepultado.
Em 1834, com a extinção das ordens religiosas, o Mosteiro de Paço de Sousa foi vendido em hasta pública e a igreja entregue à administração da paróquia local. A falta de recursos para manter o edifício levou à rápida degradação que culmina com o incêndio em 1927. Recuperado pela Direcção Geral dos Monumentos Nacionais, foi-lhe restituída a sua forma arquitectónica, o mais próxima possível do original.
Anterior à recuperação da DGMN
Após recuperação da DGMN
É um Monumento do tipo Igreja/Mosteiro e está definido como pertencente ao estilo Românico Nacionalizado.
Pode-se afirmar que o referido Monumento se encontra num estado de conservação bastante razoável estando classificado como Monumento Nacional desde o ano de 1910.
O Monumento encontra-se actualmente ainda a ser utilizado para a realização do culto religioso, podendo o mesmo ser visitado por marcação, sendo esta gratuita. 

A Igreja pertencente a um mosteiro Beneditino da época medieval possui na sua arquitectura vários elementos de características românicas, sendo de salientar no entanto, que são visíveis elementos de diferentes correntes estilísticas no mesmo, porventura resultantes das diversas intervenções de que o edifício foi alvo no decorrer dos séculos. No interior da igreja é possível admirar o túmulo românico de D. Egas Moniz. Podemos ainda constatar pela observação das gravuras esculpidas nas pedras tumulares que o mesmo resulta de duas épocas distintas.
O conjunto apresenta uma forma proporcionada, integrada no espírito do local. O vale agrícola que suporta o mosteiro cria protecção e o rio completa o simbolismo da tríade céu, terra e água.

A Igreja composta por três naves, com três tramos e um falso transepto, possui uma estrutura do tipo basilical onde a nave central se apresenta mais elevada. É iluminada por pequenas frestas e coberta por tectos em madeira.
As naves encontram-se separadas por arcos quebrados assentes sobre pilares de secção cruciforme.
A cabeceira é composta por uma torre lanterna sobre o cruzeiro do falso transepto, pela capela-mor de planta rectangular e dois absidíolos laterais de planta semi-circular sendo estes cobertos por abóbadas de quarto de esfera.
A fachada da Igreja apresenta um portal de cinco arquivoltas assentes em colunelos, sendo enquadrada por dois contrafortes laterais. Destaca-se ainda na zona mais alta, uma rosácea generosa de círculos encadeados.
A escultura, considerada como a principal forma de expressão artística do mundo medieval, pode ser identificada na igreja do Mosteiro do Salvador de Paço de Sousa tanto no seu interior assim como no exterior.
Exteriormente identificam-se dois portais, um principal e um lateral. O primeiro, configura-se com a sua forma característica convergente, com colunelos de secção circular e prismática, com capitéis decorados com motivos vegetalistas que suportam cinco arquivoltas ornamentadas com perlado; o portal lateral configura-se com três colunelos de cada lado e apresenta os capitéis decorados com motivos geométricos e vegetalistas.
O tímpano apresenta uma inscrição ladeada por dois baixos-relevos com figuras humanas de braços erguidos ao céu, dando suporte ao sol e à lua respectivamente, numa alusão que poderá ser identificada com dois evangelistas. A entrada é protegida por um busto humano e outro bovino. O todo reflecte, de forma iconográfica, características do românico.
No interior verifica-se a ausência de talha decorativa, madeiras e outros ornamentos. Os frisos de decoração de tema vegetalista, enquadram o interior da igreja iluminada por pequenas frestas que filtram a luz, conferindo ao ambiente um aspecto místico focado no altar.
As colunas são decoradas com capitéis que apresentam temas vegetalistas e figuras apocalípticas.
O túmulo de Egas Moniz está decorado com altos e baixos-relevos, narrativos dos momentos mais importantes do percurso da sua vida até ao limiar da morte e salvação da alma. Alguns destes relevos aparecem perspectivados e com a ideia de movimento.
A história da arte passa invariavelmente pela sua principal forma de expressão que é a arquitectura.
Esta igreja é um dos monumentos mais representativos do estilo românico,  reunindo um conjunto de características que reflectem claramente o ambiente e a forma de pensar da época.
A partir do monumento observado, enquadrado com o vizinho, Mosteiro de Cete, ambos resultam da fixação de estruturas monásticas promovidas com o objectivo de ocupar e organizar uma região que aos poucos ia criando a sua identidade e reconquistando um espaço geográfico sob o domínio árabe. A igreja de Paço de Sousa permite identificar algumas das características do estilo românico. Com um enquadramento rural, evoluindo a partir de edificações do século X, esta igreja reflecte a forma de construir característica da Europa Central.
Sob as ameaças do terror, morte, fome, peste e guerra, a luta pela sobrevivência aparece configurada numa igreja/fortaleza de três naves, combinando a função religiosa e militar.
A estrutura de paredes sólidas, estabilizadas por contrafortes e as coberturas suportadas por colunas articuladas por arcos quebrados, dão ao edifício um aspecto exterior enquadrado num mundo adverso cuja passagem ao interior se prefigura por um portal convergente que convida na entrada a uma ordem organizada a partir de um interior reflexivo de luz controlada.
Procurar, visitar e interpretar, corresponde a um exercício cujo esforço resulta no conhecimento e na capacidade de ver para além do momento.
autores: koolkase

domingo, 1 de agosto de 2010

Módulo Urbano II (MUR)


Tendo em consideração o programa-base definido para o presente trabalho, em que se propunha a criação de um Edifício com a designação de Módulo Urbano (MUR), a construir numa zona de fronteira, optou-se por implantar este equipamento sob o vão do vértice da muralha quadrangular da cidade, criando desta forma o elo de ligação ao conceito "dentro e fora, aqui e além".


Após alguns estudos formais criam-se dois volumes quase ligados, compondo no seu conjunto um cilindro com o intuito de pontuar a centralidade da cidade. A estreita abertura que os separa ligará, visualmente, o interior e o exterior da muralha apelando dessa forma à atenção do transeunte para o facto de existir um além para lá do edifício.

O MUR, em betão armado, não possuirá na sua fachada quaisquer vãos para além da abertura de separação dos volumes, pelo que o acesso ao seu interior será feito por uma porta dissimulada, assim como as janelas. O corpo maior terá integrado um serviço de informações turísticas e venda de bilhetes de eventos a decorrer na cidade, infra-estruturas para exposições, projecção de vídeos e colóquios, e está dividido em dois pisos. O volume mais pequeno apenas terá as instalações sanitárias.

O edifício terá a sua identificação (MUR) impressa em negativo e as paredes exteriores terão acabamento em betão à vista envernizado à cor natural. Junto à porta e orientada para o exterior, será colocada uma vitrina a toda a altura do pé-direito com informações turísticas e o mapa da cidade.


A definição da forma do MUR caracterizou-se por um processo dinâmico, com avanços e recuos, tendo como tela de fundo a preocupação da sua inserção em local que harmoniosamente a contextualizasse. O dinamismo obtido da conjugação simultânea, da alteração da posição do observador, com a simplicidade das formas do edifício, confere registos formais de cumplicidade entre observador, a obra e a envolvente.
autor: Raquel Campos